segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Escondendo-se para encontrar-se com Deus

Eliane Manzato

O Senhor lhe disse [a Elias]: Saia e fique no monte, na presença do SENHOR, pois o SENHOR vai passar”. Então veio um vento fortíssimo que separou os montes e esmigalhou as rochas diante do SENHOR, mas o SENHOR não estava no vento. Depois do vento houve um terremoto, mas o SENHOR não estava no terremoto. Depois do terremoto houve um fogo, mas o SENHOR não estava nele. E depois do fogo houve um murmúrio de brisa suave. Quando Elias ouviu, puxou a capa para cobrir o rosto, saiu e ficou à entrada da caverna.”
(I Rs 19:11-13)

Deus se encontra nos lugares mais improváveis. Muitas vezes tenho a impressão de que ele até se esconde de nós. Deus se esconde sim de nós, porém Ele é como um pai quando brinca de esconde-esconde com o filho. Ele se esconde, mas nos dá pistas de onde está e de como poderemos encontrá-lo. E quer ser achado o mais rápido possível, porque quer falar conosco, nos ensinar.
E nós, como filhos, às vezes nos cansamos desta brincadeira. Nos apegamos a uma tradição que nos ensina rituais que aparentemente nos levam para mais perto de Deus, mas que na verdade, estão apenas mascarando o nosso relacionamento de um filho com um pai e alimentando o nosso comodismo. Cantamos na igreja, no carro, no ônibus, em casa, no trabalho, nos ensaios. Cantamos, cantamos, cantamos. E nos escondemos de Deus nas notas musicais.
Nos escondemos do Pai também em tantas outras coisas... nas programações, nos irmãos, na igreja, nos movimentos de adoração do momento, nas frases feitas, nas perguntas e respostas pré-estabelecidas, nos chaveiros, roupas, bonés, nas “ruas gospel”. Num protótipo de crente que, embora revolucionário, tem nos afastado cada vez mais do olhar de Cristo. Daquele olhar de amor que transformou o apóstolo Pedro quando ele negou Seu amado Mestre (Lucas 22:61). O olhar que gera arrependimento. Arrependimento que gera transformação.
Não sei se existe uma chave para atrair este olhar. Aliás, acho que este olhar está constantemente sobre nós. O problema é que estamos olhando para tantas outras coisas que nem percebemos estes olhos amorosos. E por isso não nos arrependemos. E não somos transformados.
E como perceber este olhar então? Conectando-se ao SENHOR através da verdadeira adoração. Jesus disse que os verdadeiros adoradores adorariam o Pai em espírito e em verdade. Esta declaração virou clichê no meio cristão, mas infelizmente é pouco vivenciada por nós. Esta adoração só acontece quando eu sei realmente quem é Deus e quando o meu espírito se conecta ao Espírito Santo de Deus. É algo tão sublime, que para acontecer é preciso esconder-nos. E esconder-nos única e exclusivamente na presença de Deus, e rejeitar tudo aquilo que temos usado para nos escondermos Dele: os rituais, palavras, sons, enfim, qualquer auxílio humano. Render-nos totalmente à Sua santa presença, prostrar-nos aos seus pés, reverenciá-lo. Esconder-nos na fumaça do Santo dos Santos, ainda que haja milhares de pessoas ao nosso redor, um mundo nos oprimindo, tradições ou o nosso eu querendo aprisionar-nos, para sermos vistos apenas por Ele.
Com a obra redentora de Jesus, todos nós temos livre acesso a este Santo dos Santos. Porém é triste ver que são poucos os que desejam entrar ali, pois é um lugar de reverência, de renuncia, de entrega, de santidade. Que cada um de nós possa ser um verdadeiro adorador, que deseja esconder-se nas asas do Pai, que deseja realmente esvaziar-se de tudo, de todos os pré-conceitos, da religião, de tudo o que é humano, e ter um encontro genuíno com Deus. Encontro este que é a única maneira de gerar no coração humano temor, arrependimento e transformação.


Eu queria transformar em palavras
O que sinto quando eu percebo o Teu olhar
E me arrependo, e me rendo
E sou transformado
Em silêncio
Sou transformado, por Ti,
Jesus


terça-feira, 11 de novembro de 2008

Dica de leitura

Um dos livros que mais me marcaram neste ano de 2008 foi o Perfil de três reis (EDWARD, GENE – Ed. Vida, 1980). Gostaria de recomendá-lo a vocês e apresentar um breve resumo desta obra.
Em Cristo,
Eliane
O livro Perfil de três reis está dividido em duas partes, os quais tratam das características de três reis figuras importantes de Israel: Davi, Saul e Absalão.
O personagem central da história é o rei Davi. Na primeira parte do livro é abordada sua relação com o então rei de Israel, Saul, desde a época em que ele fora ungido rei de Israel por Samuel, quando era um jovem pastor de ovelhas.
Como é relatado no livro, aquele dia em que o jovem Davi foi ungido deveria ser um grande dia na vida dele. Porém, como se vê adiante, foi ali que ele começou a chamada escola do quebrantamento. A pedido do rei Saul, foi para o seu palácio a fim de tocar seu instrumento sempre que este estivesse endemoninhado. Entretanto, este rei, que era insano e ciumento, começou a sentir-se ameaçado por Davi, já que sabia que mais adiante o trono seria entregue a ele, e passou a persegui-lo.
Em toda esta primeira parte do livro narram-se estas atitudes do rei Saul contra Davi e quais foram as reações deste perante elas. Estas atitudes são chamadas de lanças, que eram atiradas contra o jovem devido ao medo que este rei tinha de perder o trono para ele.
E a reação de Davi diante destas lanças sempre foi a menos esperada. Em vez de devolvê-las, pois se formos analisar as situações aos olhos humanos ele tinha o direito de fazê-lo, ele acabava desviando-se delas. Ele o fazia porque conhecia o princípio da autoridade e submissão. Embora o rei Saul estivesse errado em suas atitudes, ele era um ungido do Senhor, e somente o próprio Deus poderia resolver o que fazer com este rei. Portanto, a atitude de Davi foi de obediência e submissão ao ungido do Senhor, não importando quão errado e fora da vontade de Deus este estivesse.
Para Davi foram muitos anos de escola de quebrantamento. Em meio a tantas perseguições, ele quase sucumbiu. Mas na verdade Deus permitiu todas estas situações em que o Rei Saul tentava destruir Davi porque Ele queria matar o Rei Saul que havia dentro deste jovem. E ele aceitou todas estas provas, silenciosamente, diligentemente. Teve todo o seu interior mutilado, sofreu, fugiu para a caverna, mas quando toda esta provação terminou, ele estava irreconhecível: nascia a humildade em seu coração. Havia se tornado um homem quebrantado.
Quando finalmente Davi é instituido Rei de Israel, sem a utilização de suas próprias forças, mas segundo a vontade do Senhor, inicia-se uma nova saga em sua vida. Na segunda parte do livro os papeis se invertem, e agora ele como rei precisa lidar com um jovem candidato ao trono: seu filho Absalão.
Mais uma vez o coração de Davi foi testado por Deus, agora de uma maneira diferente: o jovem Absalão organizou uma rebelião contra o reinado de seu pai. Mais uma vez, esperava-se que a reação do rei seria de devover as lanças que estavam sendo atiradas contra ele. Porém, a reação do rei Davi novamente foi diferente da imaginada. Ele não fez nada! Não o fez porque agora não queria ser outro rei Saul, que utilizava sua posição de poder para impor a sua vontade. Davi continuava sendo um homem segundo o coração de Deus, e por isso, aguentou toda a situação calado. Ele sabia que o trono não era dele, e sim de Deus, e por isso esperou que a mão divina resolvesse a situação. Para Davi, o mais importante não era o trono, e sim o seu relacionamento com Deus! No final do livro aparece uma fala muito interessante do rei sobre isso: “Nenhum obstáculo, nenhuma ação de minha parte há entre Deus e a sua vontade. Nada há que o impeça de realizar sua vontade. Se não devo ser rei, o nosso Deus não terá dificuldade alguma em fazer que Absalão seja rei de Israel. Agora será possível. Deus será Deus!” (p. 94) E foi exatamente isso que aconteceu. Deus foi Deus e Absalão acabou sendo morto, sem que o rei Davi precisasse mover uma palha para que isso acontecesse.

Conclusão

Estudar a história de Davi é muito interessante, e ver as atitudes de seu coração diante da soberania de Deus nos mostra como devemos agir diante de nossos líderes e liderados. Em qualquer situação devemos entender o princípio da autoridade espiritual e da submissão. A primeira só acontece quando temos a segunda em nosso coração.
Muitas vezes Deus coloca em nossos caminhos líderes que aos nossos olhos são verdadeiros “reis Saul”. Sempre estão fazendo coisas que desagradam a Deus, que nós discordamos, nos decepcionamos, nos frustramos, nos chateamos. Mas a palavra de Deus é bem clara. Em Romanos 13:1-2 o apóstolo Paulo nos ordena a que “toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus, e as que existem foram ordenadas por Deus. Por isso quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação.” E o que temos que entender é que, assim como foi com Davi, o Senhor coloca estas pessoas no nosso caminho para matar o rei Saul que existe em nós, ou seja, para quebrar-nos, transformar-nos e fazer-nos segundo a Sua vontade, segundo o Seu coração.
Por outro lado, chega um momento em que Deus também nos testa colocando-nos como reis. E qual será a nossa atitude? Seremos reis à maneira de Davi ou de Saul? Agiremos segundo a nossa vontade, segundo o nosso braço, ou deixaremos que Deus seja Deus e execute a sua vontade?
O Senhor deseja de nós corações quebrantados, e ouvidos sensíveis à sua voz, pois somente desta maneira conseguiremos não devolver as lanças que são atiradas em nós. Nossa atitude deve ser de obediência e submissão, desviando-nos destas lanças, deixando que Deus tome o Seu lugar e decida o que fazer com as nossas vidas e com a vida daqueles que Ele coloca em nosso caminho, sejam eles líderes ou liderados.
Para conhecer melhor a história de Davi, você pode ler os seguintes livros da Bíblia:

I e II Samuel
I Reis
I Crônicas
Salmos

domingo, 9 de novembro de 2008

Ouvindo a voz de Deus

Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim. (Isaias 6:8 NTLH)

Ouvir a voz de Deus nem sempre é fácil ainda mais quando existem duvidas no coração, contudo o versículo acima nós mostra qual a resposta que Deus espera ouvir, “eis-me aqui, envia-me!”.

Deus tem levantado em Itaquera um exército que o ama apaixonadamente e está disposto a ouvir sua voz e seguir em frente rumo os seus propósitos, jovens que influenciarão uma geração e que estão prontos para atender o seu comando e viver o sonho de uma Itaquera com famílias restauras!
Quero convidá-lo a viver esse tempo de restauração, não aceite ser apenas mais um com um chamado, se esforce ao máximo para estar entre os escolhidos (Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos... MT 22: 1-14).
O Leão da tribo de Judá está rugindo quem ouvirá? Ele esta bradando quem dirá: eis me aqui, envia-me a mim!? Seja o primeiro a ouvir e seguir em frente, se esforce, santifique-se, ouça a voz do Senhor!!!!

Mano

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Ministerio de louvor da rede de jovens

Ministério é sinônimo de serviço. Muitas vezes entendemos este conceito quando falamos de ação social, evangelismo, intercessão, zeladoria, etc, mas quando se trata de música, em nossas mentes é um pouco mais difícil estabelecer esta relação. Isso porque muitas vezes não se entende a função de um ministério de música, que é servir a igreja, conduzindo-a ao conhecimento e à adoração do nosso maravilhoso Deus, edificando, desta forma o corpo de Cristo.
O ministério de louvor da rede de jovens da Igreja de Itaquera nasceu de um sonho do Senhor, que tem ecoado por todos os cantos desta terra, de que os seus filhos entoem um “cântico novo” (Salmos 33: “Cantai-lhe um cântico novo; tocai bem e com júbilo”). E este cântico novo não significa apenas músicas que estão tocando nas principais rádios, lançamentos do momento ou até mesmo músicas próprias, mas uma nova maneira de adorar a Deus através deste instrumento maravilhoso que o Senhor criou: a música.
A música existe desde antes da criação do mundo. Em Jó 38:6-7, o Senhor pergunta a Jó onde ele estava quando os fundamentos da terra estavam sendo postos e “as estrelas matutinas juntas cantavam e todos os anjos regozijavam”. Isso significa que o Senhor aprecia esta arte! É como se ele tivesse colocado uma “trilha sonora” para alegrá-lo enquanto criava todas as coisas. Além disso, em toda a Bíblia, de Gênesis a Apocalipse, a música é mencionada e está presente em vários acontecimentos bíblicos importantes.
Nós, como ministério, entendemos a importância da música para expressar nossos sentimentos ao Senhor, mas a temos apenas como um instrumento para isso. Entendemos que “o cântico novo” que o Senhor deseja de nós são corações que colocam a Deus acima de qualquer coisa, e qualquer coisa inclui o próprio ministério. Queremos ser pessoas que saibam realmente o que é adorar em espírito e em verdade. Queremos ser verdadeiros adoradores, levar uma vida santa, ter a revelação de Deus em nossas vidas a cada dia para que assim possamos ir junto com toda a igreja a lugares mais altos, onde encontraremos e conheceremos mais profundamente o nosso amado Deus, além de apresentá-lo àqueles que ainda não O conhecem. E queremos realizar tudo isso com excelência, dando o nosso melhor a Deus em todos os sentidos, pois não queremos, como o próprio rei Davi dizia, “oferecer ao Senhor algo que não nos custe nada”.

Por Eliane Manzato

terça-feira, 4 de novembro de 2008

O Ministério de música na Igreja

Encontrei esse estudo sobre ministério de musica, e achei que vale a pena compartilhar.
Um abraço, Mano

Quando falamos em ministério temos que primeiramente entender o sentido desta palavra. Na verdade, ministério significa serviço. Neste caso então, o serviço musical na igreja. Quero primeiramente destacar dois aspectos somente do termo "Ministério de Música".
1. Como todo ministério cristão, ele é voltado para a igreja. Todo o ministério não representa um título ou uma instituição em si mesma, é na verdade um serviço de edificação da igreja. Este é o principal propósito do ministério, a edificação do corpo de Cristo. Então o ministério não é voltado para si mesmo nem para exaltar ou promover homem algum, nem é um lugar de demonstração de talento. Todo o serviço musical que não é voltado para a igreja é não está ligado a Cristo não é ministério. Pode ser outra coisa como, grupo, conjunto, banda, até possuir gravações em Cd, mas, ministério...!
2. Outro ponto a ser observado é quanto à música. Há uma diferença entre música e louvor. Na verdade o ministério de louvor e adoração não existe de maneira exclusivista, como até por costume o nomeamos. O serviço de louvor e adoração é prática livre e espontânea de toda a igreja, não é de domínio de alguns "escolhidos". Assim como a oração, a meditação na palavra e outras disciplinas espirituais, a igreja de Cristo tem a liberdade de adorá-lo em espírito e em verdade (Jo 4.23,24). Já o serviço musical exige aptidão, capacitação e estudo específico, e que se faz necessária a separação de pessoas para este determinado fim. Concluímos que para a adoração basta ser igreja, mas, para a música precisa-se de instrução e chamado para este ministério.
O propósito do ministério de música
Temos muitas passagens bíblicas sobre a música e seus usos. Claro que a música por estar ligada a fatores culturais e sociais de cada povo e também por depender de questões temporais, ela varia e possui manifestações diferenciadas e cada uma com propósitos definidos. Mas o que precisamos entender acima destas coisas é o propósito desta música no contexto da igreja (igreja no sentido amplo, universal, sem denominacionalismos, o corpo de Cristo). Então, fora as questões peculiares de cada administração eclesiástica ou costumes e tradições evangélicas, a música deve estar inserida em dois contextos bíblicos, ao menos nestes padrões neo-testamentários para, de fato, atingir o propósito de sua existência ministerial.
· O primeiro está em Colossenses 3.16,17. A música está inserida no contexto de ensino, edificação da igreja. Para isto esta música, e claro, os músicos, devem ser conhecedores da palavra de Cristo, de maneira rica, abundante. Isto porque a música deve expressar e ser também um reflexo da palavra de Deus e da vida de Deus nos músicos. Os hinos e cânticos, sejam eles antigos ou novos, devem ter coerência com as escrituras e até cantar estas escrituras. Vemos muita poesia humana que até possue seu valor, mas o objetivo é declarar a palavra de Deus e não de homens através dos cânticos. Somente assim seremos edificados e edificaremos a igreja. Uma música ou ministério descomprometido com a palavra pode até fazer boa música, mas não a vontade de Deus.
· Em segundo lugar temos Efésios 5.18-20. Já este outro texto bíblico fala do enchimento do Espírito Santo e no qual, entre outros, a música está inserida. A música e a adoração podem e devem ter esta função de edificação, o enchimento sobrenatural da parte de Deus sobre nós, sua igreja. Isto não pode ser explicado naturalmente. A música, mais que isso, o ministério comprometido com Deus, tem a graça e unção para isto. Se este poder não for evidente na vida deste ministério algo está errado, porque é bíblico e normal este propósito. Pela escassez destas coisas na igreja moderna, parece que é algo anormal, que tem que se buscar com sacrifícios humanos, ou alguma técnica especial de composição ou maneira de cantar e tocar, esquecendo-se que de Sua plenitude recebemos graça sobre graça. É o poder de Deus e a liberdade do Espírito atuando sobre a igreja. A música exerce tanto um papel que propicia, favorece este ambiente como ela é um instrumento direto de edificação do espírito. Temos que compreender que a música por si só atinge a alma do homem, mas por também ser um meio de comunicação, ela atinge o intelecto e anuncia a palavra de Deus. Por isto a escritura nos incentiva a tal uso da música. Além do mais, basta observar os Salmos, Cantares de Salomão, Lamentações de Jeremias e outros textos bíblicos em forma de música, que tanto nos edificam.
Estes são, portanto, dois pilares neo-testamentários sobre os quais se apóia a música com propósito na igreja. Lembrando que, adoração é vida comum da igreja, mas para a música se faz necessário o chamado e a aptidão.

Por Silas Palermo


sábado, 1 de novembro de 2008

2008 Ano da Colheita!!!